quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mídia e a Reificação da Mulher



Antigamente, o único direito que as mulheres tinham era o de ficar caladas, cuidando do marido, da casa e dos filhos. Não podia opinar, trabalhar fora, ser independente ou votar. Graças ou não a mídia, o quadro que temos da mulher hoje é um pouco diferente.
           As que no passado sonhavam com um príncipe em cima do cavalo branco, que casaria com elas e viveriam felizes para sempre, hoje sonham com a formação acadêmica e a realização profissional e o corpo perfeito. Família ficou em segundo plano.
           Tudo o que elas querem é ser donas de seu próprio nariz. Querem independência. Depender de um homem para se sustentar é para as fracas. A mídia investe pesado em coisas para fazê-las sentir-se mais e mais poderosa. Roupas, sapatos e perfumes são coisas que as tornam invencíveis. Além dessas propagandas, outras são mostradas ressaltando a sexualidade e a feminilidade delas.
           Mulheres comuns fazem de tudo para ficar iguais ou parecidas com as modelos que vêem nos banners e nas comercias. No fim das contas, acabam se tornando produtos como os que compram e a beleza das modelos, a maioria não alcança. Elas não sabem ou se esquecem de que tudo é fabricado, nada é de verdade. Acham que sua felicidade está no ser e possuir.
           Movidas pelo lado sentimental, acabam deixando-se levar pela emoção. Frustradas por não alcançar seus objetivos, muitas caem na depressão, são infelizes ou se matam.
           As mulheres... O que aconteceu com elas foi que se tornaram mimadas como crianças que ganham tudo dos pais. Só que esses pais, diferente dos de verdade, estão ali para lhes sugar tudo o que conseguirem. A mídia é interesseira. Quer receber sem ter que dar.

Mídia e Racismo


Pode-se dizer que a mídia é a forma de governo mais eficiente que se tem hoje. Ela manipula e faz com o ser humano o que bem entende. Com tamanho poder, dita suas próprias regras.  Devido a essa relevância social, têm promovido exclusão dos mais diversos grupos: mulheres, pretos, indígenas, estrangeiros, grupos de outras regiões do país, pobres, etc.
Em primeira instância, os negros. Eles compõem 45% da nossa população e na maioria das vezes são tratados como se nem existissem. Quando retratados nas novelas atuais, representam na maioria das vezes, papéis de empregados dos brancos. Os jornais, quando lembram de noticiá-los, é como bandidos. Nas propagandas, dificilmente aparecem em destaque.
Assim como eles, índios e estrangeiros têm um destino similar. Do contrário, as mulheres são bastante retratadas nas novelas e propagandas. Mas isso não é motivo de orgulho. Nas publicidades, são postas como objetos sexuais. Nas novelas, uma ou outra são trabalhadoras honestas que dão duro para vencer na vida. O que costuma acontecer, é a aparição de piruás consumidoras, com pouca capacidade de pensar e decidir por si só. Estão quase sempre representando um papel de submissão.
Salvo em raras exceções, quando em frente à TV, as pessoas abrem suas mentes e deixam entrar tudo o que está sendo oferecido. Ninguém pára para analisar as pequenas piadinhas que estão sendo feitas em rede ou notam a ausência de um determinado grupo de pessoas nos programas.
Os donos da mídia é a população. Para haver algum tipo de mudança é necessário mudar gradativamente essa realidade midiática. Por mais jargão que possa parecer, cada um tem que ser a mudança que quer ver no mundo. Quando um grande grupo se organiza para protestar a discriminação ou falta de algum direito, não há mídia que resista sem reeducar seus hábitos.

Mídia, Capitalismo e Consumo Supérfluo


Considerada uma atividade corriqueira, sem muita importância, o consumismo vem tomando cada vez mais espaço na nossa sociedade. Segundo Zygmunt Bauman em sua obra “Vida Para Consumo”, o mesmo é “uma condição, e um aspecto, permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos; um elemento inseparável da sobrevivência biológica que nós humanos compartilhamos com todos os outros organismos vivos.”
O consumidor acha que o produto está ali para facilitar sua vida enquanto na verdade, a indústria se comporta como um parasita, cujo único intuito é sugar o que pode da população. Em depoimento ao documentário “Corporation,” um empresário afirma que vê na calamidade, uma forma de conseguir mais dinheiro.
Sem conseguir ficar para trás nas tendências essa sociedade imediatista prega que mais importante que ter e juntar, é descartar e trocar. Preocupados com o julgamento que irão receber dos que estão a volta, pessoas dão o sangue para mover a roda do consumo. Quem não acompanha a moda é rejeitado. Essa é a incessante busca para satisfazer a necessidade de relações sociais. Necessidade que sem sombra de dúvida escraviza.
Ninguém vai estar plenamente satisfeito com o que já conseguiu. Todos querem um pouco mais. Enquanto esse ciclo vicioso continua, pessoas se endividam, a natureza é destruída e os empresários enchem os bolsos. Nada é de graça. O consumismo também tem seu preço.